domingo, janeiro 22, 2006

Madrugadão de domingo e eu acesa... normal!

Tenho muito sono, mas não consigo me entregar. Estou semi-nua, ouvindo baladinhas românticas e ouvindo a chuva. Meu cabelo tah bom hoje, e as cólicas passaram. Meu momento é agora, quando ele estah dormindo, mas mesmo assim eu não consigo relaxar.

Vivo 24 horas por dia em estado de alerta desde que meu bacuri chegou ao mundo – isso há mais de dois anos. Acordo há um ano com puxões nos cabelos. Isso realmente é um péssimo jeito de começar o dia.

Dormir depois que o André Luís nasceu se tornou um luxo pra mim, transar então, nooooossa! Há meses não sei o que é tomar banho sozinha no box, pois sempre tomo banho com o André. Cinema e sair à noite só quando minha velha está de bom humor e bem subornada (salão de beleza financiado por mim...).

Eu faço tudo com ele: vou as compras, ao médico, saio pra namorar, pago contas, viajo, durmo, passeio, cozinho, até fazer minha inscrição no colégio eu já fui com ele. Quando ele era bem pequeno, sempre saía com ele no canguru. Eu adorava! Agora levo ele arrastado, ou ele que me arrasta, nem sei mais...

Sexta ele resolveu jogar paintball com o nhoque que fiz no almoço, e sábado furtou do meu atelier os potinhos de gliter e de micro-esferas esfoliantes e espalhou tudo no sofá. Quase morri limpando. Ainda bem que o aspirador de pó está funcionando.

Hoje eu vi um filme que me deixou inspirada: “Doze é demais” com o Steve Martin.

Bah! Muito legal o filme. Sobre um casal que teve 12 filhos e os apertos que eles passam no dia-a-dia e tals. Muito legal é a parte que eles têm que decidir pelo sua realização pessoal ou a família. È linda essa parte, pois por mais que a gente acredite – ou queira acreditar - ser como um polvo, que pode fazer tudo o que quer na vida, temos que abrir mão de algumas para realizar outras. É meio frustrante, mas é verdade. No filme eles escolheram a família. É a minha escolha também – como se eu tivesse escolha, né? He he he he...

Phoooda são as olheiras, as transas empatadas, a grana curta, a comida fria (e muitas vezes babada), se quebrar carregando cria no colo + mais sacolas + bolsa pela rua, ter que dar festas infantis, ter que explicar que o Ronald MacDonald não é o pai dele (isso é cruel), ter que criar, dar limites (1º saber como se faz, 2º dar limites...), ensinar a usar o penico, explicar porque não dá pra comprar tudo o que ele quer, acordar antes e dormir depois dele, se contentar em ver “A fuga das galinhas” enquanto o que você queria mesmo ver era “Sin City”, não falar palavrões na frente dele, convencer as pessoas ao redor a não me desautorizar na frente dele só porque são mais velhas que eu, ter sempre uma carta na manga pra acalmar os ânimos da fera pra não assustar as visitas, ter que me controlar pra não dar piti quando ele não quer sentar quieto no ônibus, convencê-lo que entrar no mar sozinho é perigoso e que comida não é brinquedo (muito menos nhoque é bolinha de paintball)...

Meu anjinho veio por acidente, mas não é por isso que não é amado como se fosse desejado desde antes da concepção. Uma ex-colega minha, que também teve um filho, bem nova como eu, disse uma vez Meu, dizem que tu perde a tua vida, destrói a tua juventude, que ser mãe na nossa idade é horrível, mas nossa! É uma das coisas mais lindas do mundo gerar uma criança. Nenhum pessimismo nesse mundo vai me fazer perder esse momento. Ser mãe é ótimo!”.

Concordo em gênero, número e grau com a moça. Meu pequeno chegou quando eu tinha 17 anos. Perdi um ano do colégio, e de certa forma o embalo pra entrar direto na facul. Perdi também a oportunidade de fazer muita merda e o contato com minhas amigas (questão de interesses, sabe?). Mas que se foda! Nada paga os momentos lindos que eu tenho com meu pequeno, nada paga tudo o que eu aprendi, tudo o que eu cresci desde que ele chegou. Sacrifiquei, e sacrifico todos os dias, meu tempo, minha paciência, minha energia, tudo por ele, e não me arrependo. Agora eu corro atrás do prejuízo, mas por um motivo mais nobre que antes. Antes de ele chegar, eu fazia as coisas pelo caminho que meus velhos haviam trilhado pra mim, eu achava meio sem sentido, mas eu seguia. Hoje eu sei melhor o que eu quero, e meu motivo pra continuar seguindo é o meu guri. Quero ser um bom exemplo pra ele. Só assim me sentirei realizada pessoal e profissionalmente. Nasci pra ser mãe, não tem jeito...

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